segunda-feira, 17 de setembro de 2007

NEOnazismo em discussão (fonte: Wikipedia)

O neonazismo está associado ao resgate do nazismo ou nacional-socialismo, ideologia política criada por Adolf Hitler, no começo da década de 1920. O movimento neonazista (ou neo-nazi) tem suas origens colocadas em preceitos racialistas, primando sempre pela "raça pura ariana". Os seguidores da doutrina em sua maioria promovem preconceito contra grupos específicos, como homossexuais, negros, índios, judeus e comunistas. Algumas correntes preferem apenas a segregação da "raça pura ariana" das demais "raças", condenando agressões físicas contra tais grupos (não condenando porém violência moral e psicológica, às vezes assegurada por lei). Outras promovem explicitamente o ataque físico aos grupos citados. Há grande oposição vinda dos neonazistas com relação a grupos punks, fazendo com que cresça uma hostilidade entre os dois grupos. LEIA MAIS >>

Outros links:

White Power
Ku Klux Klan
Skinheads
Stormfront 1
Stormfront 2 (site oficial)

quinta-feira, 13 de setembro de 2007

O "FANTÁSTICO" SETE DE SETEMBRO

Pessoal, esses são dois textos publicados na Revista História Viva que valem a pena ser lidos e discutidos em nossas próximas aulas sobre o contexto da independência do Brasil. Seguem abaixo.

É HISTÓRIA OU É NOVELA?

No último domingo, assisti à estréia do quadro “É muita história”, do jornalista e escritor gaúcho Eduardo Bueno, no Fantástico, da Rede Globo. Tinha em mente que tratava-se de uma figura polêmica, principalmente para os acadêmicos e estudiosos da história, que questionam as fontes e o linguajar de seus livros - sucessos absolutos de vendas.

O tema do primeiro programa, obviamente, era o 7 de setembro. Com bastante estranheza vi meu colega de profissão vestido de D. Pedro I, cavalgando um cavalo de pau por São Paulo. Lembrei-me que havia lido sobre a intenção do quadro em apresentar uma passagem histórica com dramaturgia improvisada e conversas informais. Respirei fundo para dar mais uma chance ao programa, mas não consegui ser tolerante com a caricatura da história que saltou diante de meus olhos.

Logo no começo, Bueno levanta a lebre: “Desde o Dia do Fico, em janeiro de 1822, a independência do Brasil era só uma questão de tempo. Ao decidir ficar no Brasil, desobedecendo ao pai, Dom João XVI, e afrontando as cortes de Lisboa, Dom Pedro deu um passo sem volta. Por que, então, Pedro esperou até setembro para dar seu grito? Por que no dia 7? E por que no meio do nada, às margens do riacho Ipiranga?”.

Mas, ao invés de explicar, ou ao menos discutir, tudo que transcorreu de janeiro a setembro de 1822 – e até mesmo antes, chegando à revolução liberal do Porto em 1820, crucial para a compreensão do processo de independência – Bueno percorre outro caminho e narra apenas o dia 7 de setembro para o jovem Pedro. Passando por um breve comentário sobre as críticas da imprensa e citando como história oficial – e, portanto, descartável - a correspondência em que José Bonifácio informa ao futuro imperador a intenção portuguesa de retomar com força as rédeas coloniais, a conclusão, narrada por Pedro Bial, é que “viagens longas e estafantes, calúnias dos jornais, paixões arrebatadoras, rejeição e indigestão” são as causas da independência brasileira. Claro, em sua tese de que a independência foi declarada em “um dia de fúria de D.Pedro” isto faz sentido.

O que não faz sentido para mim é apresentar em cadeia nacional, na emissora com maior audiência, um programa como esse. Aliada à fórmula de “reconstituições históricas” – necessariamente entre aspas -, com Bueno vestido de D. Pedro, o que fica para o espectador é uma história fácil de digerir, mas perigosamente descontextualizada. Querer levar a história do país de uma forma palatável para o número imenso de pessoas que assistem ao Fantástico todos os domingos é uma coisa - fantástica aliás, com o perdão do trocadilho. Mas deixar que o 7 de setembro permaneça simplesmente como um dia de indigestão de um personagem de uma história bem mais ampla é outra muito diferente.

Para quem não assistiu, acesse: http://fantastico.globo.com/Jornalismo/Fantastico/0,,AA1629846-4005,00.html

Por Maíra Kubík Mano

06/09/2007
POR QUE COMEMORAMOS O SETE DE SETEMBRO?

Afinal de contas, por que comemoramos o Sete de Setembro? Nos últimos dias andei procurando um motivo, uma justificativa qualquer, e confesso que não consegui pensar em nenhum argumento convincente...
Aprendemos na escola que o Grito do Ipiranga nos libertou das amarras que nos prendiam a Portugal, que Dom Pedro I fundou o Brasil independente, etc, etc, etc... Ora, como nos libertamos das amarras que nos prendiam a Portugal se quem proclamou nossa independência foi... um príncipe português! Ao contrário de outras partes da América, onde, apesar de todas as limitações a que estavam sujeitos, os processos de independência resultaram de um desejo genuíno de transformação por parte, no mínimo, das elites locais, a independência brasileira foi exatamente o oposto disto. O Sete de Setembro representa, na verdade, um achado da elite tupiniquim para manter exatamente tudo como estava, dando um verniz de mudança para o processo.

Enquanto nas colônias espanholas a necessidade de arregimentar forças para lutar contra o domínio metropolitano obrigou as elites locais a, no mínimo, buscar entre as camadas populares recrutas para seus exércitos, no Brasil a elite decidiu trilhar o caminho inverso e buscar na monarquia portuguesa um fiel aliado contra o povo. O Grito do Ipiranga foi, na verdade, uma reação a processos emancipatórios genuinamente transformadores que desde a Inconfidência Mineira vinham ganhando força nas mais diferentes regiões da antiga América portuguesa, mas que não tinham como referência uma independência unificada de todo o território que hoje chamamos de Brasil. Talvez o exemplo mais claro e acabado desse movimento tenha sido a efêmera República de Pernambuco, em 1817. Segundo as palavras do próprio Dom João VI, era preciso que o jovem Pedro colocasse a coroa do Brasil em sua cabeça antes que outro o fizesse.

Por tudo isso, a única coisa que talvez possa ser comemorada no dia Sete de Setembro é o fato de Dom Pedro ter impedido a reconversão do Brasil à situação de colônia, como queriam os pretensos liberais portugueses. Fora isso, resta olharmos para o quadro de Pedro Américo como um troféu ao conservadorismo que marca tão profundamente a nossa história.

Bruno Fiuza